quinta-feira, 7 de outubro de 2010

De volta...



Making your way in the world today
Takes everything you've got;
Taking a break from all your worries
Sure would help a lot.
Wouldn't you like to get away?

All those night when you've got no lights,
The check is in the mail;
And your little angel
Hung the cat up by it's tail;
And your third fiance didn't show;

Sometimes you want to go
Where everybody knows your name,
And they're always glad you came;
You want to be where you can see,
Our troubles are all the same;
You want to be where everybody knows your name.

Roll out of bed, Mr. Coffee's dead;
The morning's looking bright;
And your shrink ran off to Europe,
And didn't even write;
And your husband wants to be a girl;

Be glad there's one place in the world
Where everybody knows your name,
And they're always glad you came;
You want to go where people know,
People are all the same;
You want to go where everybody knows your name.

Where everybody knows your name,
And they're always glad you came;
Where everybody knows your name,
And they're always glad you came;

(fade out)

terça-feira, 13 de julho de 2010

Melhores Momentos de Um Sonho

 

Uma praia em Miami Beach,

Um fim de tarde com uma conversa animada e vinho em Orlando,

Pôr do Sol no Grand Canyon,

Um Show em Las Vegas,

Ver o Pacífico do Pier de Santa Mônica,

Tomar banho nas Cataratas do Niágara,

Ver a cidade inteira do alto do Empire State em Nova York,

Dormir e acordar todos os dias do teu lado…

 

Uma viagem dos sonhos,

E a primeira de muitas.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Um Presente…

UNS DIAS ATRÁS, a Tássia veio falar comigo pra que eu gravasse um vídeo pra fazer parte de um presente pro MC. Obviamente, eu que não sei falar muito de improviso, escrevi o que ia dizer…

No fim, acabei mudando um pouco porque (pra variar) ficou muito cumprido, e eu tive que “encurtar” o texto…

Agora que o dia da surpresa já passou, posso reproduzir o texto inteiro, como eu tinha pensado. (Mentira… já que agora estou escrevendo, posso até mexer nele e deixar ele um tantim mais longo! rs)

Inté!

Oi irmão,

Naqueles dias mais doidos, mais aperreados mesmo, sempre acabo pensando numa mesma coisa. Lembro de uma tarde, lá no nosso quarto, estávamos você, o Leandro e eu. Do nada, eu me toquei de como a gente estava: eu deitado na cama lendo, o Leandro jogando bola (no meio do quarto, pra variar), e você sentado numa cadeira tocando violão. Eu lembro de ter rido e dito que a gente precisava de uma foto daquele momento... só faltava a Flávia ali implicando com um de nós, e teríamos cada um de nós fazendo algo que era mais a sua cara. A gente não bateu foto nenhuma, mas sempre que estou ansioso, preocupado e com a cabeça cheia, eu lembro daquele dia.

Tem uma história que gosto muito, do Neil Gaiman, onde o Delírio conversa com o Sonho. Lá, o Delírio pergunta qual é aquela palavra que serve pra dizer que o tempo tá passando. O Sonho responde: Mudança. E são muitas mudanças que ocorreram, desde a tarde que eu estava vendo tv no quarto da mamãe (naquela cama que depois foi bater no sítio, com uma cabeça vermelho escuro, parecendo meio de almofada…), quando ela veio me contar que eu ia ter um irmaozinho, e no dia que a gente entrou em casa, vindo da casa da inhamamãe onde tinhamos ficado enquanto a casa era reformada, e ela tava na sala (naquele sofá em L que dividia a sala de jantar da sala de estar) com você no colo. Desde ali, passamos por várias épocas, algumas mais complicadas, outras mais tranquilas, mas sempre com várias coisas mudando. Algumas dessas mudanças são mais bobas, como você mudando até os cabelos (deixando de ser lourinho até quase não ter cabelo hoje, passando até pelo “topo acaju”!), mudando desde que gente era pequeninho, que o papai e a mamãe brigavam pq eu não queria brincar com você por você ser muito novo, até hoje que é muito difícil estar longe. Mudanças como o fato de que por tanto tempo divididimos o quarto (dividindo pela cor, azul meu e verde teu), a gente passou primeiro a morar em casas diferentes, depois cidades diferentes, e agora, mesmo que por pouco tempo, países diferentes. De um baixinho danado e às vezes enjoado, meio chorão, você virou um dos caras mais fantásticos que se pode conhecer, um profissional de primeira linha, e um amigo que a mera presença já parece ser suficiente; alguém que, em qualquer coisa que se meta a fazer, me dá motivos pra abrir um sorriso e dizer com orgulho “esse é meu irmão”.

Entre tantas mudanças, uma coisa não mudou, mesmo o tempo passando: sempre que penso em momentos de felicidade, os momentos que vêm são aqueles como os que eu comecei falando, de nós no quarto simplesmente fazendo o que gosta; são  imagens que você tá perto, de algum jeito. Seja a gente conversando bobagens de um jogo de videogame, seja a gente discutindo filosofia e psicologia por horas, seja só os dois perto sem precisar falar nada, sempre que penso em momentos em que estamos juntos. E isso, tenho certeza, não tem tempo que mude.

Parabéns, Cezinha. Feliz aniversário, e seja onde nós estivermos (Fortaleza, Belém, Juazeiro, Texas, e onde mais a vida puxar a gente), sempre lembre o quanto sinto sua falta, e o quanto te amo.

Beijim, Baixim!

“Dos meus irmãos eu sinto saudade

eu tenho medo que eles achem que eu não sinto a falta deles

como eu acho que eles sentem de mim”

(Nando Reis, Me diga) – sim, meio modificado… mas tá valendo!

A.N.

sábado, 12 de junho de 2010

Medo de Montanha Russa

PRA FALAR A VERDADE, pensei nesse post meses atrás, em fevereiro ainda. Acabei demorando por acreditar que, de vez em quando, uma imagem vale mais que mil palavras. Assim, acabei começando a esperar aquela imagem que ia dizer tudo…

Pra explicar melhor, vou voltar quase quinze anos atrás. A primeira vez que vim pros Estados Unidos foi na boa e velha viagem de quinze anos pra Disney. Primeiro dia, primeira coisa que fizemos: Bush Gardens, uma tal montanha russa chamada Montu (conheça na Wikipedia ou busque fotos no Google!). Pra quem era acostumado – e nem tanto – com a montanha-russa do ITA Park, aquele negócio que você ia de pé pendurado, dava loopings e parafusos e passava por túneis, era demais. Amarelei. O primeiro brinquedo nos EUA, e eu desisti. De verdade, aquilo ali virou um arrependimento grande meu… Fui em outras montanhas russas depois, mas ainda assim, ficava aquele pedaço faltando. De verdade, qualquer uma ainda me metia medo, qualquer uma ainda me deixava ansioso.

Quatorze anos depois, estou morando nos EUA, e minha família vem me visitar. Primeiro dia foi logo o Universal Studios de Orlando, com a montanha russa do Hulk (que tem uma arrancada a 100 por hora – espetacular!) e os Dueling Dragons, que agora fazem parte do parque do Harry Potter. Fui nas três (os dragões são dois, na verdade), mas ainda me tremia olhando pra elas. A Mari queria ir, e eu respirava fundo e pensava “não posso fazer a mesma coisa de novo, né? tem que arrumar coragem.” e olhava pra ela pulando e com seu sorriso, me pedia: “amor, a gente vai, né?”. Claro, amor. No Universal, tinha uma gigante que não tive coragem de ir naquele dia:Rock It, que começa com uma subida na vertical. A Mari disse que queria ir… ai meu deus. Tá, vamos, mas pode não ser hoje? Íamos voltar lá. Tá, não precisa ser hoje. Mas eu não tinha escapado ainda. Mas com você eu vou.

Na programação original da viagem, não estava o Busch Gardens, por ser mais longe, fora de Orlando. Mari e eu resolvemos: damos nosso jeito, e vamos bater lá. Dia seguinte, pedimos pra sermos deixados no Sea World, e de lá arrumamos transporte pra Tampa. E fomos, e foi um dos melhores dias da viagem…

Assim que chegamos lá, fomos direto pra tal da Montu. Foi uma realização, mas algo ainda não estava bem certo… não posso mentir: ir em nenhuma dessas quatro montanhas-russas resolveu meu medo constante desse tipo de brinquedo. Aí, de longe, vimos a montanha russa que mais me meteu medo na minha vida. Ela tinha uma queda praticamente na vertical (parecia, daquela distância. Lá de cima, vemos que ela faz um negativo pra dentro). O nome dela era Sheikra. A Mari inventou de querer ir. Doida, suicida. Vou, com você eu vou. Mas que é isso que estou me metendo…

Antes de ir, batemos essa foto. Eu queria ter gravado “Mãe, te amo” antes de ir, mas sabe como é, não queria parecer tão apavorado quanto eu realmente estava (antes que perguntem, não, não deu pra esconder. A Mari começou brincando, mas depois na fila ficou me acalmando). Olha aí a foto da brincadeira atrás da Mari…

2010-02-16 022 Busch Gargens

Tá vendo o carrinho ali antes da descida? Pois é, na hora pareceu até que o carrinho queria bater a foto. Ao chegar no ponto de descer, ele congela, te deixa pendurado. Filho duma…

Fomos. Nessa montanha-russa, vc não tem fila especial pra ir na frente. Vai na que tiver. Em qual caímos? Na frente, claro. Nessas horas, as pessoas dizem que o coração parece um pandeiro. O meu não. Estava calmo. Conformado com a hora da morte. Sento, e seguro a mão dela. Com você eu vou. Morrendo de medo, mas eu vou.

Dêem uma olhada no videozinho aí embaixo… dei uma editada, coloquei umas fotos… o original vc acha aqui.

Devo dizer que meu coração ainda acelera ao olhar esse passeio. Mas uma coisa é certa: Eu sobrevivi. O negócio mais horrendo que eu podia ver, e eu sobrevivi. E mais: gostei. Adorei. Saí maravilhado. Sim, gritei horrores (não na primeira descida, fiquei congelado – mas no looping eu já tava gritando!). Mas mais que isso, percebi que eu poderia gostar de algo que me amedrontasse.

Dias depois, fui em uma montanha-russa totalmente doida, chamada Manta. Após vc se sentar, ela fica na horizontal, te deixando deitado. Você passeia como se tivesse voando. Compare as duas fotos, e veja a diferença de eu em uma e outra… Posso dizer, não tenho mais medo de montanha russa.

2010-02-20 Sea World

Na verdade, acho que muito do meu medo de montanha-russa vem desde criança, quando fui em um brinquedo que virava de cabeça pra baixo – o primeiro que fui na vida – e vomitei tudo… o cara que foi comigo ficou pulando e rindo apontando pra mim, tudo que tem direito. Sempre, diante daquelas coisas que te viram do avesso e te forçam a fazer coisas que você nunca imaginou, eu sempre achei que ia acabar me fazendo de bobo de novo.

Hoje, não sei se posso dizer que ainda tenho isso. Meu primeiro movimento é dizer que não. Não tem problema alguma coisa me tirar o chão, me jogar de um lado pro outro, me arremessar pra cima, virar de cabeça pra baixou ou deixar pendurado. Eu olho pro lado e penso: com ela eu vou.

Com ela, descobri que posso gostar das coisas mais loucas, que me meteriam medo. Não preciso mais ficar no chão seguro: tenho coragem – e vontade! – de me jogar, de arriscar. Posso ou não me fazer de bobo. Posso parecer apavorado na fila, posso até vomitar tudo no final. Mas eu tento.

Aprendi que tenho coragem – e vontade – de viver. Em especial quando a tenho do meu lado. Em especial quando posso ver seu sorriso e, com ela, dizer: Vou. Com você, eu vou.

Nenhum presente poderia ser maior que esse. Espero te ter sempre ao meu lado, às vezes (na maoria das vezes, provavelmente), me puxando pra embarcar em aventuras, as mais loucas possíveis. Espero, às vezes, te puxar também.

Feliz dia dos namorados, meu amor. E, aos outros que estiverem lendo isso, só posso desejar que vocês encontrem alguém que também possa levar vocês aos seus limites, e além. Que sejam capazes até de fazer com que vocês percam o seu medo de montanha russa.

Sou um homem feliz por ter alguém assim.

Inté,

Aécio

12/junho/2010

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Saudade (A post in English)

Quando cheguei em Denton, fiquei no apartamento do departamento de Análise do Comportamento (sim, eles tem um apartamento… e a gente brigando por cartucho de impressora!). Lá tinha um diário que pedia para escrever sobre minha estadia lá. Eventualmente escrevi, e não deve ser surpresa o fato de qual o tema que escolhi pra escrever…

Como a idéia é explicar a alguém que não fale em português o que significa “saudade”, com todas as implicações que ela traz, pra além de um simples “sinto sua falta”. Vou deixar em inglês aqui tb…

inté,

[When I first arrived in Denton, I spent some time in the Behavior Analysis Department Apartment (internal joke). There, there was a journal that asked to write about the time spent there. Eventually I wrote, and it shouldn’t be any surprise the theme I chose to write…

As the whole point of is to explain what the word “Saudade” to someone who does not speak portuguese, with all the implications of the word (that can’t be explained just as “I miss you”), I’ll leave the post in english here too…

C ya,]

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Saudade

I was asked to write something about the time I’ve been in this apartment. It was a new idea, and I would be the first to write down something. I am a little bit scared with being the first to write here, but that should not keep me from trying… I’m telling this just to make sure you, that is reading this know that (1) I am not sure this is the way to go; and (2), that I am sorry if it’s a little bit difficult to understand what I wrote here, as my handwriting is not so clear and English is not my first language.

I have spent two weeks in this apartment. I arrived January 11th, knowing here only the one that would be my advisor. As I’m writing this, I’ll be leaving tomorrow for the apartment I’ll be living here in Denton for this year of 2010. (Actually, the original text was written on that day… I’m actually in the new home for some time, just taken some time to write everything down and revise it).

It’s difficult to talk about the time I’ve spend here, because the most powerful and strong emotion I’m feeling is difficult to describe. There’s no actual word in English that quite grasp its meaning (actually, there’s no word in almost no other language but Portuguese). Maybe you that are reading this journal may be feeling that too, even if do not have the word to describe it. We call it “Saudade”.

“Saudade” is similar to miss something. But when you miss something, It seems it’s just that you would like that thing (person, place, whatever) was near. Saudade is something more.

When a Portuguese speaking person talks about saudade, it’s referring to the fact that you feel not only the longing or desire to be close again; it also expresses that there is something missing in yourself, a nostalgic incompleteness that will not go away. Someone described saudade as “the love that stays”. I think it is a good definition.

Saudade describes a feeling that rises when you think about people, places or those moments that are not near for some reason - and, maybe, can’t be near at all. You feel saudade from places you are fond but can’t be there. You feel saudade from the childhood, from the childhood of dear people. You feel saudade from people that are gone, and feel saudade from times that went and will never come back. Most of all, you feel saudade of people. Your relatives, your parents, your children, your love: Those that, in this moment, are not close to you. And this very moment you lost with them will never come back. You feel saudade of thing that could have been, and because of choices or contingencies of life, will never be again.

I read a poem that may be the best description of saudade I ever read. I can’t say who the author is in reality, but as tried to find out, most websites accredited to the Chilean poet Pablo Neruda. (as i did not find a Pablo´s Neruda Website with this poem, thought, I am not sure it is his). In a rough translation, it goes like this:

 

 

Saudade é solidão acompanhada,

[Saudade is accompanied loneliness,]

é quando o amor ainda não foi embora,

[When love is not gone yet,]

mas o amado já...

[But the beloved has…]

 

Saudade é amar um passado que ainda não passou,

[Saudade is to love a past that has not passed yet,]

é recusar um presente que nos machuca,

[Is to refuse a present that hurts us,]

é não ver o futuro que nos convida...

[Is not seeing the future that invite us…]

Saudade é sentir que existe o que não existe mais...

[Saudade is to feel something exists when it is no more…]

 

Saudade é o inferno dos que perderam,

[Saudade is the hell of those who have lost,]

é a dor dos que ficaram para trás, é

[Is the pain of those who were left behind,]

o gosto de morte na boca dos que continuam...

[It’s the taste of death of those who carry on.]

 

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:

[Only one person wants to feel saudade:]

"aquela que nunca amou."

[the one that never loved.]

E esse é o maior dos sofrimentos:

[This is the greatest of all sorrows: ]

não ter por quem sentir saudades,

[Having no one to feel saudade for;]

passar pela vida e não viver.

[To go by life without living.]

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido..."

[The greatest of all sufferings is never having suffered at all.]

As the poem show, feel saudade is not a bad thing. It’s actually good. It’s marvelous, wonderful. To feel saudade is to be sure you love, and a good chance that you have been loved back. To feel saudade is to feel that you had – or have – something good. To feel saudade is to think that something was and is good in your life. No wonder Brazilians are so “saudosos”.

So, if you’re in this apartment as a guest, and think you’re feeling saudade for someone or something (be a person, be a moment, be just “easier days”), be glad. You are not among those the poet talks about.

Have a good stay in here, and may the days you spend here give you chance to look back here and feel saudade from here too.

Aécio Borba