ANTES DE PROSSEGUIR: leia o post anterior. Por favor. Ler esse sem ler o anterior vai parecer que eu estou completamente maluco, besta ou simplesmente regredi. Mas não é isso.
Isso é só uma forma de fazer as pessoas rirem da minha ingênuidade de 7 anos atrás.
Ah, claro, esse é mais um detalhe importante: o que vocês lerão a seguir foi escrito no meu primeiro ano de faculdade. Por isso, não fiquem (muito) horrorizados.
Na verdade, divirtam-se.
Eu me diverti horrores.
Inté!
A. N.
Apresentação dos Bonecos para Desenvolvimento 1
Por Aécio de Borba
Personagens:
Bebê
Pai
Mãe
Narrador
Parte 1: Antes do Nascimento
Narrador: Nossa história começa com um jovem casal apaixonado, recém casados...
Casal aparece, se abraçando, bem meloso. Tocando a música My Heart Will Go On (Celine Dion, Titanic)
Pai: Meu docinho de coco, já te disse hoje que te amo?
Mãe: Não, meu amor... hoje ainda não, e já são seis e meia da manhã!
Pai: Pois eu te amo, paixão! Queria ter uma forma de te mostrar o quanto te adoro!
Mãe: Oh, benzinho... (Casal se beija). Vamos dar forma ao nosso amor?
Pai: (Tom Poético) Mas teríamos que fazer um outro mundo, para caber pelo menos uma parte dele!
Mãe: (Voz Maliciosa) Mas tem outro jeito... (mais um beijo, puxando para onde seria a cama).
Pai: E qual seria esse jeito, meu anjo descido dos céus?
Mãe: Vem cá que eu te mostro... mas joga isso fora (Joga uma camisinha longe).
Casal desaparece, entra de novo. A mulher está grávida.
Narrador: Alguns meses depois, já começam a aparecer os primeiros sinais desse amor...
Pai: Bom dia, minha linda e querida esposa! Bom dia, meu lindo e querido filhinho! Como vocês estão hoje?
Mãe: Estamos bem, meu amorzinho! Mas sabe o que a gente queria mesmo? Um caju bem vermelhinho!
Pai: Mas... mas... minha tchutchuquinha, faltam seis meses para a época do caju!
Mãe: (Irritada) Mais o que é isso? Por acaso agora uma bobagem dessas vai impedir você de fazer algo por mim? (Começa a choramingar) Cadê o amor, a dedicação, o carinho...
Pai: Ai... ai, ai, ai... tá, calma, vou achar um caju pra você...
Mãe: (Parando de chorar) Bem amarelinho?
Pai: (Em Dúvida) Não era para ser vermelhinho?
Mãe: Mas agora quero amarelinho!
Pai: Tá, tá... lá vou eu... de novo...
Bonecos somem de cena de novo.
Parte 2: Fase Oral
Reaparecem com o bebê. Música: Caixinha de Música
Narrador: E o tempo passa, e nasce o tão esperado bebê.
Mãe: Olha só, Ferdinando, o nosso lindo bebê!
Pai: Ele não é lindo? Parece com a mãe...
Mãe: Mas tem os olhos do pai!
Pai: Sabe de uma coisa? Acho que isso merece uma comemoração...
Vai dar um beijo na mãe, mas essa o empurra.
Mãe: (Aborrecida) Espera aí, Ferdinando! Negócio de comemorar! Tenho que cuidar do bebê...
Pai: Mas sua mãe não veio para ajudar? Podemos...
Mãe: (Interrompendo) Podemos nada, ela veio para ajudar, não para fazer tudo! Se oriente e vá logo trabalhar, porque aquele monte de fraldas é caro!
Pai: Tá bom, eu vou, mas vou por você, minha...
Mãe: (Interrompendo de novo) Ah, tá, vá logo, vá...
Pai sai resignado, de cabeça baixa.
Mãe: (para o bebê) Agora vem, meu amorzinho, ora de ir mamar...
Bebê: Má- Má!
A mãe põe o filho para mamar. Os dois saem de cena.
Entra só o filho.
Narrador: O tempo se passa, e o menino aprende a pegar as coisas que estão ao seu alcance.
Bebê pega alguma coisa e põe na boca. Entra a mãe.
Mãe: (Carinhosa) Filhinho, não põe isso na boca não, é sujo... tem que aprender...
Mãe sai de cena, levando o objeto. O menino olha ao redor, pega outra coisa.
Bebê: (Jeito “safado”) A- há!
Bebê pega outro objeto e põe na boca. O pai entra em cena. Corre, tira o objeto da boca da criança.
Pai: Menino! Tira isso da boca! Onde já se viu? Quer ficar doente? Só o que faltava...
Filho começa a chorar. Os dois saem de cena.
Parte 3: Fase Anal
Narrador: Mais uma vez o tempo passa, e agora a criança já começa a ter mais controle sobre seu corpo, inclusive sobre outras... áreas.
Entra a mãe a criança. A mãe a olha, e a criança fica parada em um canto. Música: Jazz (1a Música, Sleep).
Mãe: Vai, filhinho, por favor! Faz isso para a mamãe! Por favor...
A criança fica olhando para os lados.
Bebê: Tô – Tô!
Mãe: Isso, filhinho, faz pra mamãe... mas aí no seu peniquinho, viu...
O bebê fica um tempo parado. A mãe faz sinal de desistência. Sai levando o penico. O bebê olha para a platéia de novo.
Bebê: (Jeito “safado”) A- há!
Começa a fazer força. A mãe volta correndo com o penico.
Mãe: Aqui, filho! Aqui, em outro canto não.
O Menino pára. Fica olhando para os lados. A mãe vai saindo, o bebê força de novo. Ela volta.
Mãe: Filhinho, por favor!
O menino olha para a platéia de boca aberta, suspirando aliviado.
Mãe: Isso, filhinho, muito bem... Sai andando como se tivesse cansada, levando o penico.
Bebê: Tchau, tô – tô!
Personagens saem de cena.
Parte 4: Fase Fálica
Narrador: Vamos novamente passar o tempo até que a criança dirige sua atenção para outra forma de prazer. É uma época de descobertas e novas formas de ver a vida.
Bebê entra, pulando feliz. Música: ?
Bebê: (cantando) Eu adoro a mamãe, eu adoro a mamãe...
Pais aparecem. O bebê se abaixa, mostrando só os olhos.
Pai: Benzinho, faz tanto tempo que a gente...
Mãe: Eu sei, amor... e já estou doida para...
Casal se beija. A criança levanta cabeça, assustada. Move a cabeça de lado, como se olhasse alguma coisa. Olha para baixo, abrindo a boca. Olha para a mãe, olha para ele, olha para a mãe de novo. Sai gritando e correndo:
Bebê: Arrancaram o pipi da mamãe! Arrancaram o pipi da mamãe!
Pais saem de cena. Bebê olha para a platéia
Bebê: Arrancaram o pipi da mamãe! Acho que foi o papai que arrancou... a mamãe deve ter sido um menino mal... mas... (faz jeito de susto) e se papai arrancar o meu também para a mamãe não gostar de mim? (Balança a cabeça como se estivesse com raiva) Papai é mal! Não quer que eu a mamãe goste de mim! Vou mostrar a ele...
Bebê sai de cena.
Narrador: E é mais ou menos assim que se inicia o complexo de Édipo, que marcará essa fase pelos próximos anos.
Parte 5: Período de Latência.
Narrador: E o tempo passa novamente. O complexo de Édipo deve ser ter se resolvido, e, com o crescimento, vem uma nova fase para a criança, onde a questão da sexualidade acaba sendo deixada um pouco de lado...
Entra a mãe, pai e o filho.
Mãe: (Apressada) Vamos, logo, meu filho! Temos que ir para a casa da Tia Violeta!
Criança: Mas eu não quero ir! Lá é chato, não tem o que fazer!
Mãe: Que é isso, filhinho! Tem sua namoradinha, a Rosinha!
Criança: Eca! Ela não é minha namorada!
Mãe: (Aborrecida) Ai, meu Deus! Vamos logo filho! O que você tem contra ela?
Criança: Ela é menina, ora! Só quer saber de brincar de boneca e outras coisas idiotas! E ela ainda diz que o Pokemon é chato! Eu não gosto dela!
Pai: (Gritando, fora de cena) Bora logo! Ainda não estão prontos?
Mãe: Vamos logo, filhinho! E você tem que aprender a gostar de meninas...
Criança: Eu nunca vou gostar dessas meninas chatas...
Criança sai de cena.
Mãe: (Olhando para cima) Quero é ver ele passa dos onze anos pensando isso...
Mãe sai de cena.
Narrador: E todos nós sabemos que, muito provavelmente, ele não passará, pois o início da adolescência marca novas mudanças. Mas isso é uma história para outra vez...
— FIM —
Nota de Fim: E depois falam mal do ensino de Análise do Comportamento... a gente tirou 10 nesse trabalho.
Ah, tia Suzana... heheh.