AINDA DURANTE O MÊS DE AGOSTO, meu pai resolveu arrumar o computador dele, que estava com alguns defeitos. Já com a mão na massa, peguei um velho hd que estava dentro de um outro computador, acho que de meados dos anos 90, que tinha sido por anos o "meu" computador. Aproveitei e pedi para o Mr. James, um dos colaboradores de um dos meus blogs preferidos - o Eu Podia Tá Matando - para colocar o hd velho como um slave no novo. Assim, eu podia ter acesso aos arquivos que estavam ali e que estavam basicamente perdidos...
Foi por causa disso que dia 16 de Agosto repostei aquele texto "A Máquina do Tempo", esperando logo mais escrever o que seria esse aqui. Lógico que tudo que aconteceu nos útlimos 20 dias não permitiram muito tempo para o blog, mas enfim...
O fato é que, definitivamente, a memória é uma máquina do tempo. Ela nos arrasta - às vezes pelas mãos, às vezes pelos cabelos - em direção ao passado, avivadas por pequenas coisas, pequenos detalhes, pequenos sinais de uma outra época.
Entre os arquivos recuperados, estão vários de meus velhos textos, do tempo que eu era um aspirante a romancista ou contista. Na verdade, era um adolescente veborrágico que adorava RPG, e tinha que contar as suas histórias de alguma forma... luzes na tela de um computador eram uma alternativa viável. E diversas histórias surgiram aos meus olhos como novas, coisas que eu sequer lembrava que havia escrito...
Agora, se tem um grupo de arquivos impagáveis... ah, os trabalhos da faculdade! Eu ri (e ainda estou rindo, enquanto escrevo isso aqui e olho novamente para os arquivos) e vejo o que eu fazia. É muito engraçado encontrar meus trabalhos de disciplinas psicanalíticas, escritos com afinco e uma pseudo-propriedade que apenas alunos de começo de curso são capazes. Mas o melhor são meus relatórios de psicologia experimental - ah, se os alunos de quem fui monitor lessem as barberagens que eu escrevia...
(ora pois, acho que se meus professores lessem isso, meu doutorado estaria em seríssimo risco...)
Ao dar de cara com marcas do passado, relembramos aquele momento, agimos (e sentimos) como quando estávamos lá. E, ao mesmo tempo, nos damos conta de quanto tempo e quanta coisa aconteceu desde então. Viajar nessa máquina do tempo é talvez a melhor forma de se voltar e repensar o presente.
E, quem sabe... ah, vocês sabem.
Até mais,
A. N.
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Eupodiatamatan...
Há 15 horas
Um comentário:
"Compreendi, então, que um homem que houvesse vivido um único dia, poderia sem dificuldade pasar cem anos numa prisão. Teria recordações suficientes para não se entediar. De certo modo, isto era uma vantagem." p. 83, Albert Camus, O Estrangeiro.
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Adorei o post! Dei boas risadas com o quesito trabalhos da faculdade hehehe
Beijos
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