sábado, 23 de janeiro de 2010

Pra você...

Pra Você Guardei o Amor

Nando Reis

Composição: Nando Reis

Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir

Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
E permitir

Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar

Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar

Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar

Pra você guardei o amor
Que aprendi vendo meus pais
O amor que tive e recebi
E hoje posso dar livre e feliz
Céu cheiro e ar na cor que arco-íris
Risca ao levitar

Vou nascer de novo
Lápis, edifício, tevere, ponte
Desenhar no seu quadril
Meus lábios beijam signos feito sinos
Trilho a infância, terço o berço
Do seu lar

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Foi um Duende! Eu Juro!!!

DEFINITIVAMENTE, uma história que merece ser contada...

No sábado antes de viajar, comecei meu processo tradicional obsessivo compulsivo:conferindo tudo dez vezes antes de sair de casa. No meio do caminho, meu passaporte, que estava no porta-dólar, eu resolvi mudar de lugar... afinal, queria ele em mãos mais fácil do que enfiar a mão dentro das calças no aeroporto, né? :-p

Bom, aí começa a leseira... pensei, como sempre, "vou colocar isso em um lugar que eu não esqueça". Normalmente, quando eu penso isso, funciona... mas às vezes dá errado.

Bom, ao longo do sábado, arrumei um monte de coisa. As malas estavam fechadas de manhã, faltando só uma ou outra coisa (tipo a sandália que eu tava usando) e coisas do tipo. Quando fui almoçar na casa da Aline, a D. Lúcia já perguntou: "tá tudo certo, Aécio?" "tá sim, D. Lúcia". "Dinheiro?" "Conferido e separado", "passaporte", "não tem como eu esquecer".

Dia seguinte de manhã, acordei cedo (lógico, como se tivesse dormido muito...). Meu plano era tomar banho, me deitar na minha cama e deitar Caim, do Saramago, antes de viajar, pra poder deixar o livro pra Marilu. Eram umas 7 da manhã ao sair do banho, e comecei a me arrumar - porta-dólar, dinheiro na carteira, passaporte...

Passaporte?
Passaporte?
Buller?

Ok, quando você diz que vai colocar o passaporte onde você não poderá esquecer, e vc esqueceu, mantenha-se calmo. Quais os meus cantos lógicos? Dentro da mochila do lap top (meu instrumento de trabalho e comunicação - não posso esquecer isso!!!) ou junto da roupa que já estava separada haviam dias.

Tome a rodar.

Olha a bolsa, olha onde estava a roupa.
Procura em cima da mesa, procura no guarda-roupa vazio, na sapateira.

Não era pra estar me nenhum desses cantos... devia estar na bolsa ou junto da roupa!

O Delage acordou com o barulho e começou a procurar.

Tem uma caixa que ficou aberta, né? Tem. Olha dentro dela.

E olha no chão, mexe a cama, olha o rack.

Já fazia uma hora que eu procurava. Nada. A Aline ligou, avisando que estava pronta, querendo é só ir. Perdi o passaporte. Calma, Aécio, tu não pode ter perdido o passaporte. Perdi. Quer que eu vá ajudar a procurar? Vem.

Onde pode estar? O idiota colocou em lugar que eu não tinha como não levar. Onde é isso? Sei lá, preciso tomar remédio pra memória... mas ou era a mochila do lap top ou era perto da roupa. Não tá? Aline procura na mochila, que eu já tinha revirado 3 vezes e Delage duas. Nada. Perto da roupa? Nem tem mais nada lá... mas nada, mesmo.

Pro lixo? Lá fora, não passou o lixeiro ainda. Peguei o saco, olhei tudo. Claro que não tá lá. Roda, roda, roda... Delage achou outro saco de lixo, e ele achou... 200 dolares perdidos em um envelope. Ok, ia fazer falta... mas eu tenho que viajar pra poder usar isso!!!

Refiz as duas malas. Teria ido em uma delas? Não, estão reviradas de cima abaixo agora, e nada lá dentro.

Pode continuar procurando. Oito e meia, eu devia estar no aeroporto às nove e meia. Ia às nove, just in case. Coloquei sem querer em um caixa, só pode.

Abrimos e procuramos em todas as caixas. Mas não é possível, era pra estar em um lugar que eu não ia esquecer. Dez caixas abertas, 120 livros procurados. Nada.

E nada do passaporte.

Escuto uma vozinha da Mari, e promessa pra São Longuinho. (Em tempo: São Longuinho é careiro em Belém... além dos três pulinhos, ele pede três gritinhos!!! Mas beleza, pago tudo. Uma hora dessas? 3 pulinhos e 3 gritinhos e barato. Ajuda aí, São Longas!)

Sai tudo do meu quarto. Parte vai pro quarto do Delage, vai pro quarto do Felipe, que se torna zona de guerra... sobra nada no meu.

Eu não devia ter posto em um lugar que não ia esquecer?

Já eram quase nove quando a Aline grita: ACHEI!!! ONDE? DENTRO DA MOCHILA DO LAP TOP!

...

...

...

É sério. Tava lá, rindo e satisfeito, o passaporte. Em um lugar que eu nunca iria esquecer, ao alcance da mão, fácil de achar. Dentro do bolso mais claro da bolsa, onde todos nós procuramos no mínimo 3 vezes cada um.

Chamem de leso, burro ou avoado... em minha defesa, só posso dizer que foi um duende que roubou o passaporte, e São Longuinho colocou de volta no canto. Bem que a Mari sempre falou bem do São Longuinho. Promessa paga com 3 pulos altos e três gritos altos.

Levei também uns tapas na cabeça do Delage - e nem reclamei, são merecidos...

Tinha que ser com emoção a partida, né?

inté,

A. N.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Preparando Mala

HOJE PASSEI O DIA PREPARANDO MINHAS MALAS.

Na verdade, elas já estavam mais ou menos arrumadas, desde que vim de Fortaleza. Praticamente não mexi em tudo. Pareceu meio como o Fabuloso Destino de Amelie Poulain: Sabe aquilo de tirar tudo de dentro da caixa/bolsa, limpar tudo e pôr de volta? Assim fui eu, tirando tudo, contando, reorganizando, guardando.

Depois, comecei a colocar algumas coisas em caixas, em especial livros. Minha biblioteca vai ficar na casa da Mari, que pode manter um olho e manter tudo em ordem e bonitinho pra quando eu voltar... mas, enquanto vou fazendo isso, vai acontecendo aquela velha sensação, bem conhecida de quem se muda: as várias coisas vão pesando, lembrando, fazendo rir, fazendo ficar triste, dando saudade.

Tem um monte de coisa que queria que fosse, mas não cabe na mala (literalmente: não cabe na mala mesmo). As dedicatórias dos livros (todos na caixa de literatura...), os cartões do Leandro (saudade do pequeno), alguns porta-retratos (mas as fotos vêm comigo!), e assim por diante. Passei um tempão relendo a do Cem Anos de Solidão.

Algumas roupas ficam, e é impressionante a quantidade de papel que eu consegui acumular (devo já ter impresso umas 2000 páginas em artigos - e tá tudo no armário!). Que se pode fazer com tudo isso?

Cd´s, revistas, dvd´s, sapatos que não vou levar... os jogos do video-game?

Na verdade, essas coisas são o material de lembranças... não interessa o cd, mas as vezes que escutei as músicas com quem eu gosto. Quantos dos meus dvd's são presentes (Roger Waters, David Gilmour, Eric Clapton). pequenas coisas como post-its e coisas do tipo...

As gavetas, armários e estantes estão cheias de pequenas coisas, uma vida inteira que vai ficando por ali.

Não cabe uma vida toda numa mala... Por outro lado, não tem nada que não caiba e não acompanhe na lembrança. Não tem nada que não tenha formado minha cabeça, meu pensamento, meus sentimentos...

Acho que a maior parte nem precisa caber na mala.

Lógico, só digo isso porque volto. E volto logo.

Inté,

A. N.

P.S.: Prometo escrever mais aqui.


Update:
Fotos da bagunça!



Primeira organização, em Fortal. Preparando a primeira onda sob supervisão da Mari!


Coloca tudo fora da mala, deixa tudo pronto pra voltar pra mala!