TENHO QUE RECONHECER, fiquei impressionado com o tal do Ipad. No site da Apple tem vários videos mostrando as utilidades do brinquedo, que eu achava ser um iPod grande. Na livraria da faculdade, chegaram alguns deles… e nossa senhora.
Uma coisa que eu falava sobre ele é que ele só seria interessante se tivesse um bom editor de texto, do tipo que você realmente pudesse usar pra fazer anotações em aula e coisa do tipo. Pois não é que o diabo do bicho TEM um editor de texto que parece bem bacana?
Mas claro, o carro chefe desse Ipod que tomou muito cremogema é o ibooks. Imagine você ter toda sua coleção de livros na palma de sua mão. Simplesmente, pegue e comece a ler… simples assim!
Agora, vamos mais adiante… imagine você sendo um estudante de pós-graduação, que se mudou recentemente e tem que contratar uma caminhonete porque sua mudança inteira consiste em duas malas, dois armários e dez caixas de livros! rs. O kindle já trazia essa possibilidade, embora eu sempre o tenha achado meio feio…
O iPad pode ser um novo tipo de laptop, mais leve que qualquer outro, e melhor de usar que os micro-netbooks que tem por aí… Ele ainda tem que me convencer que ele pode realmente suprir as necessidades de um laptop (em especial, navegar e abrir arquivos pdf, já que é o q mais uso no trabalho). Mas, se ele fizer isso e acrescentar ao o fator que é mais confortável ler nele que na tela do pc (o que eu pessoalmente odeio)... pode ser uma opção pra quem cansou de um laptop de 17 polegadas pesado de carregar por aí, e que gosta de viajar muito sem parar de andar com seu comp.
Aí fui comentar com a Mari, e a gente ficou falando sobre como e se os livros vão sobreviver… e pra nós, que adoramos o livro MESMO, pegar, botar do lado da cama e ler, um livro eletrônico nunca vai substituir o original, não interessa o quanto a tecnologia tente imitar…
Isso não quer dizer que (talvez em especial para japoneses), isso não vai ocorrer.
E aí a Mari traz a imagem…
Estou vendo nossos netos olhando pra nossa biblioteca e perguntando
“mamãe o que é isso?"
“São as velharias dos seus avós… é que no tempo deles os livros eram assim..."
“e eles carregavam essas coisas pra cima e pra baixo?"
"é, acho que carregavam sim, mas não lembro bem"
"e não dava mofo? tem cheiro de velho!"
"é, verdade, mas não deixa a sua avó ouvir isso ou ela vai passar um mês falando que essas crianças de hoje não sabem o que é e reconhecer o cheiro de um livro!"
Sou viciado em tecnologia, todo mundo sabe disso. Mas não tem como correr, tem coisa que vai ter seu valor mesmo com todas as tecnologias do mundo…
Tecnologia não pode mudar prazeres simples que aprendemos. Por mais que você possa se divertir com um videogame, não muda o fato de que bom mesmo é estar ao lado de pessoas queridas (e, sim pode ainda ser jogando videogames!). O chat e o skype fazem a gente ficar mais perto, mas não muda que você ainda tá longe. Ver um dvd às vezes sai mais barato que ir ao show (podendo viajar 27 horas pra chegar lá… conto essa história depois), mas não te dá nenhuma história pra contar. E assim por diante.
A tecnologia pode ajudar com um monte de coisas (como evitar carregar os livros e papelada pra cima e pra baixo), mas ainda assim, tem vários pequenos prazeres que ela não subtitui pra quem cresceu vivendo isso como um prazer… e, na historinha aí em cima, nossos netos podem crescer sem conhecer como é bom um livro de verdade.
Claro, posso repensar isso quando for me mudar de Denton, e tiver que empacotar e enviar os livros que comprei aqui.
Mas provavelmente não.
Inté,
A. N.
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