ANTES DE MAIS NADA, é preciso dizer que acabou. Dizer isso é a melhor parte, sem dúvida - saber que, depois de meses sem saber do meu futuro, agora as coisas estão bem melhor definidas.
O último dia do concurso foi hoje, e o resultado foi dentro do esperado. Fiquei em segundo lugar, e o primeiro (e, provavelmente, o único a ser chamado) foi o Maia.
Pra variar, acordei às cinco e meia da manhã, e briguei pra me manter na cama até perto de sete horas. É impressionante como o tempo se arrasta nesses horas. Fiz tudo que tinha que fazer na maior das calmas, esperando os ponteiros andarem. Até que, professoralmente emparamentado, fui pra faculdade.
Entrando no CH2, no pátio interno - na área amavelmente apelidada de Núcleo de Gestalt, onde vários colegas gestalt-terapeutas ficavam de papo com o resto da turma inteira - encontrei alguns rostos conhecidos. Eram oito e meia.
Pouco depois de nove comecei minha aula. Tudo dentro dos conformes, no fim das contas: em um comentário que parece recorrente à minha defesa de monografia e de mestrado, as pessoas gostam de ver como mesmo nervoso, eu não me perco no assunto. Várias pessoas gostaram da forma como eu apresentei o tema, as convergências e divergências ente terapia analítico-comportamental e cognitivo-comportamental. Acho que exagerei um pouco na introdução, quando tentei contextualizar as duas terapias, mas terminei no tempo certo, entre 45 e 50 minutos depois de começar. Minha parte estava feita, e feita ao meu contento - restava agora esperar a divulgação do resultado.
Uma passada na cantina me permitiu encontrar algumas pessoas que estão entre minhas amigas preferidas lá da faculdade (companheiras dinossauras, pra usar o termo que rodou recentemente em nossos e-mails). De lá, fuga para o Grupo de Estudos Básico em Análise do Comportamento, o famoso GEBAC - lotaaaaaaaaaado, quase 30 pessoas em sala. Claro, nem todos serão analistas do comportamento, mas fico orgulhoso de ver a galera da liga ensinando bem os novatos. Aquela coisa: podem até sair da faculdade com ódio à AEC, mas vão sair odiando a AEC de verdade, não o que as pessoas dizem dela. Esse era meu principal objetivo quando era monitor.
Era meio dia e pouco quando encostei em frente à sala para esperar a hora da divulgação. Novamente, pessoas queridas me ajudaram a me divertir e contornar a ansiedade. Pouco depois de meio dia e meia, João Ilo abre a porta. Tá na hora.
(Nota: uns poucos minutos antes, o prof. Ricardo sai da sala pra ir ao banheiro. Eu quase me...)
Aí lê-se o resultado. Eu já estava conformado desde antes: queria era poder dizer, de verdade, fui bem no concurso. E assim foi.
Não vou reproduzir aqui as notas todas. Mas o que importa foi que tive uma nota próxima a do meu concorrente na prova didática (a aula de hoje); a prova escrita foi melhor que a dele, por uma margem que "pagava" e passava do que fiquei devendo da prova didática. Ou seja: juntando essas duas notas, eu tinha o melhor resultado.
Acontece que ainda tem a prova de títulos...
Como alguém que acabou de sair do mestrado concorre com alguém que já é professor há mais de cinco anos?
É, não deu. Ainda pesa o fato de que, na inscrição, eu não tinha defendido e, portanto, não devo ter sido avaliado como mestre, e sim como graduado ou (mais provavelmente) especialista. E o que fiquei atrás na prova de títulos baixou consideravelmente minha nota.
Mas esse episódio todo me lembrou quando fiz pela segunda vez prova pra monitoria.
Naquele momento, eu tinha terminado recentemente a disciplina experimental II. Não conhecia ainda nada, tava em meus primeiros passos na Análise do Comportamento. Aí concorri com uma menina que tinha sido monitora no semestre anterior, tinha formação, feito a disciplina opcional de terapia comportamental. Ela passou em primeiro com 9,2. Eu fiquei em segundo, com 9,1.
Acham que fiquei triste? QUE NADA! Comemorei muito. Como assim, um pivete como eu, cheguei colado assim? Mas saiu muito melhor que a encomenda!
Assim foi dessa vez. Eu não estava concorrendo com uma pessoa qualquer; estava concorrendo com o cara que foi repetidas vezes homenageado pelos alunos da unifor, em suas placas, por ele ser um bom professor. Mais do que isso, o cara foi essencial para que eu me tornasse um analista do comportamento, foi meu professor na formação em clínica, orientou grupos de estudo dos quais fiz parte e foi da minha banca na monografia. É alguém que tenho, além de amizade, grande respeito e admiração pelo profissional que ele é.
E eu ainda fiquei com uma média no concurso pra fazer frente a ele.
Saí muito orgulhoso de mim mesmo. Sei que ainda é só o começo da caminhada, que são os primeiros passos que ainda podem se arrastar um bocado. Mas se eu saí com alguma coisa desse concurso, foi a sensação de que estou indo no caminho certo. E que estou fazendo um trabalho bem feito.
Ah! Obrigado - de verdade - a todos que estavam torcendo. Foi bom contar com todo o apoio que tanta gente demonstrou. Valeu mesmo.
Agora... terça, Belém.
Vamos continuar.
Inté,
A.N.
O último dia do concurso foi hoje, e o resultado foi dentro do esperado. Fiquei em segundo lugar, e o primeiro (e, provavelmente, o único a ser chamado) foi o Maia.
Pra variar, acordei às cinco e meia da manhã, e briguei pra me manter na cama até perto de sete horas. É impressionante como o tempo se arrasta nesses horas. Fiz tudo que tinha que fazer na maior das calmas, esperando os ponteiros andarem. Até que, professoralmente emparamentado, fui pra faculdade.
Entrando no CH2, no pátio interno - na área amavelmente apelidada de Núcleo de Gestalt, onde vários colegas gestalt-terapeutas ficavam de papo com o resto da turma inteira - encontrei alguns rostos conhecidos. Eram oito e meia.
Pouco depois de nove comecei minha aula. Tudo dentro dos conformes, no fim das contas: em um comentário que parece recorrente à minha defesa de monografia e de mestrado, as pessoas gostam de ver como mesmo nervoso, eu não me perco no assunto. Várias pessoas gostaram da forma como eu apresentei o tema, as convergências e divergências ente terapia analítico-comportamental e cognitivo-comportamental. Acho que exagerei um pouco na introdução, quando tentei contextualizar as duas terapias, mas terminei no tempo certo, entre 45 e 50 minutos depois de começar. Minha parte estava feita, e feita ao meu contento - restava agora esperar a divulgação do resultado.
Uma passada na cantina me permitiu encontrar algumas pessoas que estão entre minhas amigas preferidas lá da faculdade (companheiras dinossauras, pra usar o termo que rodou recentemente em nossos e-mails). De lá, fuga para o Grupo de Estudos Básico em Análise do Comportamento, o famoso GEBAC - lotaaaaaaaaaado, quase 30 pessoas em sala. Claro, nem todos serão analistas do comportamento, mas fico orgulhoso de ver a galera da liga ensinando bem os novatos. Aquela coisa: podem até sair da faculdade com ódio à AEC, mas vão sair odiando a AEC de verdade, não o que as pessoas dizem dela. Esse era meu principal objetivo quando era monitor.
Era meio dia e pouco quando encostei em frente à sala para esperar a hora da divulgação. Novamente, pessoas queridas me ajudaram a me divertir e contornar a ansiedade. Pouco depois de meio dia e meia, João Ilo abre a porta. Tá na hora.
(Nota: uns poucos minutos antes, o prof. Ricardo sai da sala pra ir ao banheiro. Eu quase me...)
Aí lê-se o resultado. Eu já estava conformado desde antes: queria era poder dizer, de verdade, fui bem no concurso. E assim foi.
Não vou reproduzir aqui as notas todas. Mas o que importa foi que tive uma nota próxima a do meu concorrente na prova didática (a aula de hoje); a prova escrita foi melhor que a dele, por uma margem que "pagava" e passava do que fiquei devendo da prova didática. Ou seja: juntando essas duas notas, eu tinha o melhor resultado.
Acontece que ainda tem a prova de títulos...
Como alguém que acabou de sair do mestrado concorre com alguém que já é professor há mais de cinco anos?
É, não deu. Ainda pesa o fato de que, na inscrição, eu não tinha defendido e, portanto, não devo ter sido avaliado como mestre, e sim como graduado ou (mais provavelmente) especialista. E o que fiquei atrás na prova de títulos baixou consideravelmente minha nota.
Mas esse episódio todo me lembrou quando fiz pela segunda vez prova pra monitoria.
Naquele momento, eu tinha terminado recentemente a disciplina experimental II. Não conhecia ainda nada, tava em meus primeiros passos na Análise do Comportamento. Aí concorri com uma menina que tinha sido monitora no semestre anterior, tinha formação, feito a disciplina opcional de terapia comportamental. Ela passou em primeiro com 9,2. Eu fiquei em segundo, com 9,1.
Acham que fiquei triste? QUE NADA! Comemorei muito. Como assim, um pivete como eu, cheguei colado assim? Mas saiu muito melhor que a encomenda!
Assim foi dessa vez. Eu não estava concorrendo com uma pessoa qualquer; estava concorrendo com o cara que foi repetidas vezes homenageado pelos alunos da unifor, em suas placas, por ele ser um bom professor. Mais do que isso, o cara foi essencial para que eu me tornasse um analista do comportamento, foi meu professor na formação em clínica, orientou grupos de estudo dos quais fiz parte e foi da minha banca na monografia. É alguém que tenho, além de amizade, grande respeito e admiração pelo profissional que ele é.
E eu ainda fiquei com uma média no concurso pra fazer frente a ele.
Saí muito orgulhoso de mim mesmo. Sei que ainda é só o começo da caminhada, que são os primeiros passos que ainda podem se arrastar um bocado. Mas se eu saí com alguma coisa desse concurso, foi a sensação de que estou indo no caminho certo. E que estou fazendo um trabalho bem feito.
Ah! Obrigado - de verdade - a todos que estavam torcendo. Foi bom contar com todo o apoio que tanta gente demonstrou. Valeu mesmo.
Agora... terça, Belém.
Vamos continuar.
Inté,
A.N.
2 comentários:
Parabéns, Mestre ;)
Parabéns mesmo, Aécio!! Cara... uma prova dessas deve ser para acabar mesmo, de tanto estresse, hein?
... poxa, estou super orgulhosa do meu amigo que adora uma competiçãozinha hehehe
Beijos!
ps1.: caramba, 30 alunos! Que barato!
ps2.: "emparamentado" não tem no meu dicionário... não seria "paramentado"? (ou no Ceará é diferente??? rs)(beijos)
ANTES DE MAIS NADA, tenho que dizer que recomeçou....mais uma fase ou como diz o que ta no topo da tua lista de músicas "é tudo novo de novo, vamos nos jogar onde já caímos"
Só te digo isso meu irmão...parabéns...apesar desse concurso nunca ter me parecido uma competição, mas uma prova de que vc SEMPRE se supera e a prova de que mais uma vez o mundo vai ter que engolir um "Borba Belmino" (apesar de isto estar no sangue e não no sobrenome)...Mais uma vez o mundo vai ter que engolir alguém que não veio a passeio, e sim alguém que tem algo a mostrar.
A primeira ida a Belém foi aterrorizante pela distância, essa segunda orgulhosa pela conquista! Apesar do behaviorês, vc tem que concordar comigo que é sempre mais um ajustamento criativo! :P
Te amo!
Beijo
MC
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