segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Aprendendo com os outros...

QUALQUER ESTUDANTE DE UNIVERSIDADES PÚBLICAS DEVE SENTIR CALAFRIOS AO OUVIR A PALAVRA "GREVE". Eu passei por duas grandes greves: uma quando estava no quarto semestre na UFC (segunda metade de 2001) e outra no primeiro ano do mestrado (2005). Sempre foi sinônimo de ansiedade, incerteza e, claro, perspectivas de que a volta da greve seria tão ruim quanto a própria.

Isso tudo sempre andou junto à sensação de que nada tinha mudado. O fim da greve invariavelmente vinha com um aumento - muitas vezes irrisório - do salário dos professores, mas não levavam a melhores condições de trabalho. Com isso, ficava sempre aquela sensação: e aí?

Estava pensando nisso porque nas últimas semanas a indústria do entretenimento americana tem enfrentado uma greve que já causou mais milhões de dólares em prejuízos. Diferente do Brasil, entretanto, a greve tem o apoio de diversos segmentos da indústria - não apenas os roteiristas, nomes quase sempre desconhecidos para o grande público (lembra quem é Fran Walsh? Dica: vencedor do Oscar 2004, deveria ser um nome conhecido para qualquer nerd... hehehe. Exceções, claro, são nomes como JJ Abrahms e Mel Brooks). Atores e diretores apóiam a greve, e colocam rostos conhecidos para lembrar que o que os conhecidos falam, são os desconhecidos que escrevem. O video abaixo mostra um desses videos...



Com a greve, vários filmes serão atrasados, e se ela não se resolver podemos esperar uns dois anos bem bizarros em termos de cinema. Na televisão, várias séries estão para ser paralisadas (Grey's Anatomy, Smallville, Friday Night Lights), encurtadas (Heroes) ou até sequer estrear ano que vem (Lost, 24). Imaginem o que isso não gera de prejuízo...

Algumas coisas, a gente devia aprender. Por que aprendemos só a parte de gostar dessas coisas que eles fazem, e não a de fazer?

Algo a se pensar na próxima greve...

Inté,

A.N.

Um comentário:

Anônimo disse...

Passei por uma greve na faculdade também. Foi apenas uma, mas durou 6 intermináveis meses...

Depois disso nunca mais se fez uma greve na UEL... tem gente que só de ouvir falar em greve ainda arrepia... hehehehe

Eu já andei pensando em alternativas mais inteligentes para a greve. Por ex, paralizar as aulas e fazer um "festival de ensino" capacitando professores, ajudando alunos nas suas dificuldades, fazendo palestras de extensão a comunidade... enfim, paralizando as atividades mas as usando para efetivamente melhorar o ensino e mobilizar a sociedade. Ao final pelo menos o saldo seria mais próximo do ideal do que paralizar as aulas e ir pegar uma cor na praia...

beijos