Contada pelo Christian, em um momento de rir da própria desgraça enquanto ia embora uma pizza no supermercado...
Aí o cara procurou um amigo deputado federal, para arranjar emprego público para o filho que acabara de completar 18 anos.
- Ah, rapaz, não é problema não. Posso arranjar pra ele um cargo de assessor. Ele trabalha aqui dois dias por semana, de manhã até a noite, quando eu estiver em Brasília. O salário é de sete mil reais.
- Não, cara, dá certo isso não, vai estragar o menino... trabalhar pouco assim e ganhar tudo isso? Não, não. Não tem um emprego que ganhe menos e trabalhe mais?
- Tem sim... posso nomear ele como assessor para assuntos especiais. Aí ele tem que trabalhar três dias por semana, mas só meio período, e ganha por volta de cinco mil reais.
- Não, não, ainda é muito! Ele vai ser preguiçoso o resto da vida! Algo que ganhe menos e trabalhe mais, tem?
- Bom, posso nomear ele secretário. Não é muito bom não, até porque prefiro uma loira bonitona, mas pra ti eu posso fazer isso. Aí ele tem que trabalhar de segunda a sexta, de nove da manhã às três, e ganha 3000 reais. Eu sei que é trabalhar muito, mas ainda tem a pausa do almoço...
- Trabalhar muito? Isso é metade da carga horária normal! Não tem como indicar ele pra um trabalho de todos os dias de sete da manhã até o fim da tarde, e de vez em quando ainda tenha que levar serviço pra casa, e ainda de vez em quando trabalhar no fim de semana, e ganhar no máximo uns dois mil reais?
- Rapaz, até tem, mas o menino não vai poder não, que aí ele tem que fazer uma graduação, mestrado e doutorado pra poder ser professor...
Ria, se puder. Eu não consigo.
Inté,
A. N.
(trabalhando desde cedo)
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