quinta-feira, 26 de julho de 2007

Transformers e o Sorriso Bobo

A ROBERTA DISSE QUE FIQUEI COM SORRISO BOBO ONTEM. Não era pra menos. Afinal, se você me perguntar quais seus desenhos animados favoritos (eu ia escrever "da infância, mas percebi que seria a mesma independente da idade), a lista seria:


1. Transformers



2. Thundercats
3. Tartarugas Ninja
4. Smurfs
5. X-Men (Série dos anos 90)

Logo, não é surpresa o sorriso bobo na cena em que o Líder Optimus (Que as crianças agora chamam Optimus Prime) aparece a primeira vez, nem o sonzinho lá no começo do filme do primeiro transformer se... errr... transformando. Um som pra mim tão clássico quanto os sabres de luz de Guerra nas Estrelas ou o Robocop andando.



Mas o filme, independente de abordar alguns de meus personagens preferidos na infância, é muito divertido, provavelmente o melhor do ano no quesito "blockbuster de aventura". Muito provavelmente, será o vencedor quando distribuírem os prêmios do Teen Choice Awards e do MtV Movie Awards. Tá, tá, não é nem o Oscar nem muito menos o Urso de Prata ou a Palma de Ouro.... Mas, como falei em outro post, não dá pra comparar um filme de aventura com um drama como O Último Rei da Escócia ou Crash. Você deve compará-lo com o Emo-Aranha (A.K.A Homem-Aranha 3), Piratas do Caribe, e assim por diante.

É claro que um diretor como Michael Bay não ajuda o filme a ter algo mais a dizer que simples duas horas e tanto de diversão. O Bay é o mesmo de A Ilha, um dos filmes mais estragados que assisti. O que é uma grande idéia e tem um começo fantástico para um filme de suspense ou drama, no caminho se perde em perseguições de carro e afins. Um diretor mais ousado poderia inserir algumas coisas a mais para que o filme escapasse de seu status de diversão informal e enlatada. O filme perde vários toques de ironia possíveis:

- O desenho trazia a mesma piada que mais tarde aparece no Guia do Mochileiro das Galáxias, do Douglas Adams (que virou filme). Os robozões, ao chegar a um novo planeta, se transformam na forma de vida dominante do planeta para se misturar melhor. Quando eles chegam aqui, no que eles se transformam? Em carros! Isso podia ter sido apontado como uma ironia, mas passa batido. (Nota: no Guia, o personagem Ford Prefect aparece tentando cumprimentar um habitante típico da Terra. Ele quase é atropelado).

- Em determinado momento, o filme podia puxar para a dependência das pessoas da tecnologia. Ele ensaia, mas acaba deixando de lado.

- O diretor também gasta pouco tempo apresentando a personalidade dos robôs, em especial dos Decepticons (os malvados). As motivações dos personagens robôs são maniqueístas e simples, e podiam ter sido melhor construídas. Em encarnações anteriores, a briga dos transformers chega à planetas diferentes por eles estarem atrás de assegurar sua fonte de energia. Um grupo não se importa de acabar com tudo para assegurar que eles a tenham; o outro procura evitar a destruíção completa da raça do planeta por acreditar que tenham muito a aprender com eles. transforme a fonte de energia dos robôs em petróleo, e a referência ao bombardeio de ruínas de 5000 anos em Bagdá vem à mente. Eles perderam a oportunidade tanto de trazer uma crítica à guerra, quanto de fazer propaganda dos EUA (forçando a barra mostrando como os Autobots vem proteger...). Nem lá, nem cá.

- O filme tem uma cena em que o personagem principal (Shia LaBeouf) explica ao secretário de defesa dos EUA que o mundo está sendo invadido por um grupo de robôs do mal, os Decepticons, e que os Autobots - robôs bonzinhos - estão tentando salvar todos ali. Cara, essa cena merecia a piada "Isso parece roteiro de um desenho animado!!!"

Mas enfim, o filme ainda carrega algumas coisas divertidas nesse sentido. Uma das melhores é o Barricade, que é um carro de polícia.


Além de escrito ali em cima na carroceria "Para punir e escravizar" (em vez do costumeiro "para proteger e servir"), que qualquer riponga diria que deveria estar em todos os carros de polícia, repare um detalhe no canto do carro: no telefone, está escrito 9-11, em vez de 911. O dígito remete diretamente à forma americana de escrever 11/9 , ou seja, 11 de Setembro. Discreto, mas (ou talvez por isso) perfeito.

O roteiro ainda tem uns furinhos e uns clichês, mas nada que comprometa o filme. Os robôs são meio estranhos, com perna demais e tronco de menos, e algumas cenas não convencem. Apesar disso, o Optimus e o Bumble Bee tem um carisma único, e todos são muito divertidos. A cena no jardim é simplesmente impagável...

Isso tudo dito, com certeza vou comprar o filme quando sair em DVD. Sem dúvida, adorei o filme.

Inté.

Um comentário:

Anônimo disse...

Fala, Aécio.

Eu vi o filme e devo ter feito a mesma cara de bobo que você fez. É como você disse, um blockbuster de aventura muito bom!

Ei, mas coitado do emo-aranha. Já chega ele ser um ferrado, você ainda rotula o cara?
Defendo porque ele é meu personagem favorito.
Mas, no fundo, concor... (não posso terminar essa frase)

Abraço.